Eu Dependo da Vida ou a Vida Depende de Mim?

Hoje venho falar de um assunto importante para aquelas pessoas que pretendem melhorar as suas vidas apesar das circunstâncias.

Não vejo uma melhor maneira de mostrar o meu ponto de vista que através de um exemplo real, uma situação pela qual passei que pensava não ter solução, mas no final só dependia do meu ponto de vista.

Esta é a pintura na que estou a trabalhar uma vez por semana, na imagem grande podem apreciar a evolução em relação a imagem pequena, uma evolução lenta mais produtiva , acredeto em mim e sei que num futuro próximo quedara genial. Não permitas que ninguem robe os teus sonhos!

Considero-me uma pessoa criativa, há quem chama a isso artista, mas para mim é tão simples quanto adorar criar e mostrar ao mundo a minha criação. Recentemente decidi que queria pintar quadros (não seria a minha primeira vez, já tinha pintado alguns e não era má a fazê-lo)

Desta vez queria ir além daquilo que sabia, queria evoluir, aprender mais sobre as técnicas, sobre as cores e ao mesmo tempo aproveitar esses momentos de aprendizagem para conhecer pessoas novas, desta forma procurei cursos de pintura perto de onde vivo e encontrei um em Tavira.

O curso tinha um valor elevado, mas decidi que apesar disso, como tinha tanta vontade de aprender ia inscrever-me, uma das condições na inscrição era que não podia faltar a nenhuma aula já que as mesmas não seriam repostas então perderia o dinheiro e a aula.

Conheci as alunas e o professor, estava realmente feliz nesse momentoiniciava uma nova etapa de aprendizagem. 

Assim que me apresentaram o professor, fui questionada pelo mesmo se já tinha uma ideia daquilo que pretendia fazer, eu levava comigo uma fotografia de uma paisagem tirada por mim da ponte de Tavira, o professor não ficou feliz e disse-me que eu tinha acabado de chegar e já me achava Picasso, como se já fosse uma excelente pintora.

Fiquei calada e ao mesmo tempo chocada pelo comentário, imediatamente o professor tirou-me a tela da mão e começou a fazer o esboço do que parecia a paisagem, mas trocou tudo, alterou a posição da ponte, das casas, das gaivotas, depois misturou cores e começou a pintara tela, disse-me que para eu aprender primeiro tinha de o ver a fazer e só depois poderia fazê-lo eu, pouco depois largou os pinceis e mandou-me continuar a fazer aquilo que ele tinha começado. Foi aí que por fim comecei a pintar a base do quadro (a base é feita manchando a tela com as cores que estão na imagem, quando ainda não há um desenho feito, é a primeira mão de pintura), olhei para os lados e vi que todas as minhas colegas estavam a fazer o mesmo, fiquei curiosa e quis saber há quanto tempo estavam elas lá, as respostas deixaram- me perplexa, tinha colegas que já iam às aulas há mais de cinco anos, outras oito e nenhuma
conseguia ainda pintar sozinha.

Com o passar dos dias apercebi-me que o único que realmente tinha oportunidade de pintar nas aulas era o professor, eu e as minhas colegas apenas podíamos manchar o quadro com as primeiras mãos de pintura e o professor fazia o resto. Havia dias que já não tinha vontade de ir, porque assim que o professor entrava dizia sempre “Eu vendo quadros por 5 000 euros não sei porque venho aturar estas pessoas”, calava-me e continuava a ir porque tinha imensa vontade de aprender e também porque pensava que com o passar do tempo as coisas iriam mudar, mas a verdade é que nunca aconteceu.

Muitas vezes depois das aulas ligava à minha irmã e contava-lhe como eram as minhas aulas de pintura, ela ficava incrédula pois já levava anos a frequentar aulas de pintura e a experiência que tinha com o sue professor não era minimamente parecida à minha.

Um dia cheguei à aula e dirigi-me ao professor para lhe dizer que gostaria de ser eu a pintar o meu próprio quadro, mas que claro queria que ele me explicasse como o fazer, a partir desse momento começo a atacar-me e a fazer comentários que me deixavam completamente desanimada. Nesse momento percebi que não podia continuar ali, disse-lhe que me ia embora visto que ele não tinha o direito de me tratar daquela forma. Foi aí que compreendi porque é que só lá permaneciam três pessoas. Sai de lá a chorar tanto pela discussão tão maçadora como pelo sentimento de que não continuaria a aprender a pintar.

No dia seguinte acordei com a certeza de que ninguém me impediria de concretizar o meu desejo de aprender a pintar, então decidi contactar com vários sítios para ver se me podia inscrever ainda que fossem longe da minha casa, o que me importava era apenas fazer aquilo que queria.

Encontrei uma associação em Faro, enviei um email e obtive a resposta que tanto esperava, nessa mesma tarde o professor Vasco enviou-me o seu contacto e eu liguei-lhe. Foi uma pessoa impecável e deixou-me completamente à vontade, o meu primeiro dia foi maravilhoso.

Na inscrição expliquei ao professor que eu gostava de aprender pintura realista e  que queria aprender como pintar retrato. O professor concordou, mas disse-me que primeiro devíamos começar por paisagens para aprender um pouco sobre a técnica e como encontrar as cores corretas. Hoje já estou na minha sétima aula e estou a adorar, descobri que gosto do impressionismo e passo a semana sempre à espera da próxima aula. Sinto-me realmente bem com o professor, as minhas colegas e feliz por tudo o que estou a aprender.

Contei-vos esta situação por um motivo simples, desta forma consigo demonstrar que a vida se trata do conjunto de decisões e atitudes que tomamos em relação a nós e ao que nos acontece. 

Quando sai daquela aula poderia ter desanimado e ter desistido daquilo que queria fazer sem procurar outras alternativas, mas ao tomar uma atitude, ao procurar uma solução isso deu-me a oportunidade de encontrar um sítio onde me sinto bem e consigo alcançar o meu objetivo. 

Isto é, não somos o que nos acontece, mas sim o resultado das atitudes que tomamos perante o que nos acontece.

Nunca se esqueçam daquilo que querem e procurem sempre um caminho para lá chegarem